Jesus diante de Pilatos e Herodes: O julgamento de um rei inocente

Continuamos a refletir sobre as últimas horas antes da crucificação de Cristo. Quando os anciãos e sacerdotes levaram Jesus diante de Pilatos, o governador romano, as acusações passaram de blasfêmia para rebelião contra Roma e recusa em pagar impostos a César.

²E começaram a acusá-lo, dizendo: “Encontramos este homem subvertendo nossa nação. Ele se opõe ao pagamento de impostos a César e afirma ser Cristo, um rei”. ³Então Pilatos perguntou a Jesus: “Você é o rei dos judeus?” “Sim, é como você diz”, respondeu Jesus. ⁴Então Pilatos anunciou aos principais sacerdotes e à multidão: “Não encontro nenhuma base para acusar este homem”. ⁵Mas eles insistiram: “Ele agita o povo em toda a Judéia com seus ensinamentos. Ele começou na Galiléia e veio até aqui”. ⁶Ao ouvir isso, Pilatos perguntou se o homem era galileu.⁷Quando soube que Jesus estava sob a jurisdição de Herodes, ele o enviou a Herodes, que também estava em Jerusalém naquela época. ⁸Quando Herodes viu Jesus, ficou muito contente, porque há muito tempo desejava vê-lo. Pelo que tinha ouvido a respeito dele, esperava vê-lo realizar algum milagre. ⁹Ele o bombardeou com muitas perguntas, mas Jesus não lhe deu resposta (Lucas 23:2-9).

Os anciãos corruptos sabiam que não poderiam fazer com que Pilatos julgasse Jesus com base em uma acusação de blasfêmia, então acusaram Cristo de subversão contra César e de ensinar o povo a não pagar impostos a Roma. Essa acusação era completamente falsa. Jesus já havia respondido dizendo para dar a César o que é de César e a Deus o que é de Deus (Lucas 20:25). Eles também alegaram que Cristo disse que era rei (Lucas 23:2) e que estava subvertendo a nação (v. 2), que era exatamente a acusação pela qual Barrabás havia sido considerado culpado. Barrabás foi acusado de assassinato e rebelião e foi mantido na residência de Pilatos, a fortaleza Antônia.

Pilatos não era estúpido. Ele estava ciente do que estava acontecendo. Ele sabia que as ações da elite religiosa eram motivadas pela inveja (Marcos 15:10), mas a liderança judaica o colocou em uma posição delicada. Ele estava sob pressão para evitar qualquer revolta contra Roma, mas também percebia a astúcia do sumo sacerdote e seus apoiadores ao tentarem convencê-lo a matar Jesus, quando ele não via nada de errado naquele homem. Para piorar a situação, sua esposa o abordou com um sonho perturbador. O sonho dela envolvia Jesus:

Enquanto Pilatos estava sentado no tribunal, sua esposa lhe enviou esta mensagem: “Não se envolva com aquele homem inocente, pois hoje sofri muito em um sonho por causa dele” (Mateus 27:19).

Quando os sacerdotes governantes deixaram escapar que Cristo era da Galiléia, uma área conhecida por sua subversão a Roma, Pilatos pensou que poderia passar a responsabilidade para Herodes Antipas, que tinha jurisdição sobre aquela região. Seu raciocínio era que Herodes poderia livrá-lo da responsabilidade e ser aquele que condenaria Cristo. Ele viu isso como sua saída para uma decisão difícil, então enviou Jesus para ser interrogado por Herodes (v. 7). No entanto, quando trouxeram Jesus perante Herodes, Cristo não respondeu a nenhuma de suas perguntas.

Depois que Herodias manipulou Herodes Antipas para matar João Batista, algo dentro dele morreu. Seu coração endureceu e, onde antes ele ouvia as verdades espirituais com João Batista, agora ele só se importava com um espetáculo religioso. Herodes tentou fazer com que Jesus o impressionasse com Seu poder milagroso, mas quando Jesus permaneceu em silêncio, ele finalmente desistiu e O enviou de volta a Pilatos. A consciência de Herodes tornou-se insensível devido à sua rejeição da verdade (1 Timóteo 4:2). É um dia triste quando nossa consciência não ouve mais a verdade da Palavra de Deus. Pilatos, pelo menos, estava aberto às coisas espirituais, perguntando a Jesus: “O que é a verdade?” (João 18:38). Se você tem um coração aberto para as coisas espirituais, considere que Deus lhe deu essa mente questionadora e curiosa porque Ele está chamando você para Si mesmo. Keith Thomas

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