De seguir à distância a aquecer-se ao fogo do inimigo:

Hoje, exploramos uma história semelhante à que muitos vivenciam em sua jornada de seguir a Cristo. A história da negação de Pedro sob pressão e medo deve confortar e encorajar muitos que foram levados a acreditar pelo inimigo que cometeram um pecado imperdoável. O Espírito Santo guiou Lucas e os outros escritores do Evangelho a se concentrarem em uma história paralela, separada do drama principal da crucificação. Devemos ver que Deus é abundante em graça e misericórdia para com aqueles que, por meio de suas ações, negaram a Cristo e, como Pedro, se arrependeram e foram perdoados. O primeiro sinal de alerta que vemos em Pedro é que ele seguiu a Cristo à distância.

Mas Pedro o seguiu à distância, até o pátio do sumo sacerdote (Mateus 26:58).

Provavelmente já passava da meia-noite quando os soldados e guardas do templo prenderam Jesus no Jardim do Getsêmani. João nos conta que eles amarraram Jesus antes de levá-lo através do riacho Cedron até o palácio do sumo sacerdote, no lado oeste da área do Templo. Anás havia sido sumo sacerdote por dez anos, e o cargo deveria ser vitalício, mas o procurador romano Grato o destituiu. O genro de Anás, Caifás, detinha o título de sumo sacerdote, mas era mais um fantoche de Anás (Atos 4:6). A maioria das pessoas ainda via Anás como a figura mais influente em grande parte da vida política e social da nação. Anás e Caifás viviam no complexo do palácio da residência do sumo sacerdote, separados por um pátio. Vivendo luxuosamente graças aos seus vários esquemas para ganhar dinheiro, eles estavam bem protegidos por muros, portões, servos e guardas. Primeiro, leremos o relato de Lucas e, em seguida, para ter uma visão completa de todo o drama, veremos o que os outros evangelistas registraram. Lucas escreve que Jesus foi preso:

⁵⁴Então, prendendo-o, levaram-no e o conduziram à casa do sumo sacerdote. Pedro os seguia de longe. ⁵⁵Mas, quando acenderam uma fogueira no meio do pátio e se sentaram juntos, Pedro sentou-se com eles (Lucas 22:54-55).

Como mencionado em nossas meditações nos últimos dias, mais de 450 soldados romanos prenderam Jesus, e provavelmente os guardas do templo aumentaram o total para cerca de 600 pessoas. Depois que Jesus foi levado sob custódia, os onze discípulos se dispersaram, mas dois deles se encontraram ao longo do caminho enquanto seguiam a grande multidão. Lucas não especifica quem era o outro discípulo, mas provavelmente era o apóstolo João. Fiel ao seu estilo, João raramente se referia a si mesmo em seu evangelho. Ele escreveu:

¹⁵Simão Pedro e outro discípulo estavam seguindo Jesus. Como esse discípulo era conhecido do sumo sacerdote, ele entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote, ¹⁶mas Pedro teve que esperar do lado de fora, na porta. O outro discípulo, conhecido do sumo sacerdote, voltou, falou com a moça que estava de plantão ali e trouxe Pedro para dentro. ¹⁷“Você não é um dos discípulos dele, é?”, perguntou a moça na porta a Pedro. Ele respondeu: “Não sou”. ¹⁸Estava frio, e os servos e oficiais estavam em volta de uma fogueira que haviam feito para se aquecer. Pedro também estava com eles, aquecendo-se (João 18:15-18).

Uma progressão é evidente nas duas passagens da Escritura acima. Quando seguimos o Senhor à distância, não devemos nos surpreender ao nos vermos aquecendo as mãos na fogueira de nossos inimigos que se opõem ao Senhor e ao Seu reino. O apóstolo Paulo escreveu profeticamente sobre um tempo futuro para a Igreja, quando muitos se distanciarão e se afastarão da fé. Eis o que ele escreveu:

Que ninguém vos engane de maneira alguma, pois [o Dia do Senhor] não virá até que ocorra a rebelião e seja revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição (2 Tessalonicenses 2:3; ênfase adicionada).

Outras traduções em inglês usam os termos “afastamento” e “apostasia” para descrever essa rebelião que ocorrerá na Terra. Estes são dias críticos para o povo de Deus, porque se você também estiver acompanhando à distância quando as coisas ficarem difíceis e precisar defender Cristo, como evitará se juntar à rebelião e sentar-se com os inimigos de Deus junto ao fogo? Esteja ciente de qual lado você está nesta guerra contra as forças das trevas. Para manter essas reflexões breves, continuaremos amanhã com a quebrantamento de Pedro. Se você não puder esperar, clique no link abaixo. Keith Thomas

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