O que Jesus quis dizer com “Eu sou o pão da vida”?
- Keith Thomas
- 15 de set.
- 3 min de leitura

Na meditação de ontem, discutimos o vazio interior que sentimos em nossas vidas quando estamos separados da presença de Deus. Jesus acabara de multiplicar pães e peixes para mais de cinco mil pessoas. Após esse milagre, os judeus que comeram o pão e o peixe pediram a Cristo um sinal milagroso, semelhante ao que Moisés proporcionou quando forneceu maná durante sua peregrinação pelo deserto. Jesus respondeu com as seguintes palavras:
33Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo. 34Senhor, disseram eles, dá-nos sempre esse pão. 35Então Jesus declarou: Eu sou o pão da vida. Quem vem a mim nunca terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede. 36Mas, como eu lhes disse, vocês me viram e ainda assim não crêem. 37Tudo o que o Pai me dá virá a mim, e quem vier a mim eu nunca rejeitarei. 38Pois eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. 39E esta é a vontade daquele que me enviou, que eu não perca nada do que ele me deu, mas que eu os ressuscite no último dia. 40Pois a vontade de meu Pai é que todo aquele que olhar para o Filho e nele crer tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia” (João 6:33-40; ênfase adicionada).
Quando os ouvintes responderam: “Dá-nos sempre esse pão” (v. 34), eles estavam pensando na comida diária que viria daquele momento em diante, semelhante ao maná que caía do céu durante o tempo de Moisés. No entanto, o maná era apenas um símbolo, uma imagem do verdadeiro Maná que Deus enviaria. Jesus declarou que Ele é o Pão Verdadeiro do céu, o único capaz de satisfazer a fome espiritual. Jesus estava falando em termos espirituais.
O que o Senhor quis dizer com Sua declaração de que Ele é o Pão da Vida? Naqueles dias, o pão era um alimento básico na vida em Israel. Temos um estômago interior que precisa de alimento espiritual no fundo do nosso ser. Jesus disse: “Eu sou o pão da vida”. Ele é o único que pode encher o “estômago espiritual” vazio. Se o Senhor estivesse falando para o povo asiático, talvez Ele tivesse dito: “Eu sou o arroz da vida”. Somente Cristo pode preencher nossos estômagos espirituais. Ele é o alimento básico da alma, Aquele que preenche o vazio dentro de nós.
Na passagem acima (v. 35), vemos o cerne de nos tornarmos cristãos e preenchermos o vazio dentro de nossos corações. Isso envolve vir a Cristo e nos alimentarmos espiritualmente de Sua vida, confiando Nele. O ato de comer este pão não é um evento único, como convidar Cristo para entrar em sua vida e nascer de novo, mas um banquete diário em Cristo, que nos transforma à Sua imagem e semelhança à medida que continuamos a viver para Ele.
O maná diário que os israelitas comiam no deserto era um símbolo da realidade futura que Cristo nos proporcionaria espiritualmente. O apóstolo Paulo descreveu-o desta forma: “E nós, que com rostos descobertos refletimos a glória do Senhor, estamos sendo transformados à Sua semelhança, com glória cada vez maior” (2 Coríntios 3:18). Nosso ser interior, nosso espírito, é transformado à medida que nos alimentamos espiritualmente de Cristo e nos apegamos ao Seu poder e vida, assim como um ramo de uma videira tira sua vida da própria raiz da videira (João 15:4-5).
Deus se conecta conosco espiritualmente quando nascemos de novo e recebemos o dom da nova vida em Cristo. O Espírito de Deus vem morar em nós e nos ajuda a manter essa conexão, um fluxo de vida espiritual proveniente de Deus. Isso nos sustenta e dá às pessoas a sensação de que tudo está bem com seu ser interior, sua alma. O comentarista R. Kent Hughes diz o seguinte sobre Cristo ser o pão da vida:
“Existem várias semelhanças entre o maná e Jesus, o Pão da Vida. O maná simbolizava Jesus, pois era branco como a neve caída, assim como Cristo era sem mancha ou imperfeição. O maná também era acessível. Essa era uma de suas principais virtudes. Quando um homem saía do acampamento para recolhê-lo, ele tinha uma escolha. Ele podia pisar nele ou recolhê-lo. Podemos pisar em Jesus ou aceitá-lo como nosso Salvador. Em outras palavras, as Escrituras dizem que Jesus pode ser uma pedra angular ou uma pedra de tropeço. A maneira como respondemos a Ele faz toda a diferença.”[1]
Para mais meditações e estudos diários na Bíblia, clique nos seguintes links:
Ensinamentos em vídeo no YouTube com legendas em português em:
[1] R. Kent Hughes, That You May Believe, Comentário sobre o Livro de João, página 206, Crossway Publishers.
Comentários